Em Junho do ano de 66DM inicia-se a revolta judaica contra o Império Romano. Quando as tropas comandadas por general Tito, filho do Imperador Vespasiano, cercaram a cidade de Jerusalém, a comunidade dos crentes de Jerusalém, composta de Judeus e gentios, reconheceu ser isto o cumprimento de uma profecia dada por Yeshua em Lc 21:20 e 21 “Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes; os que estiverem dentro da cidade, saiam; e os que estiverem nos campos não entrem nela.” Mediante isto, decidiram separar-se dos Judeus insurrectos, seguindo a advertência dada por Yeshua de fugirem para os montes e consequentemente se recusaram a participar da revolta contra Roma se refugiando em Pela, na Transjordânia. Esta atitude foi interpretada pelos Judeus não crentes como um ato de traição e deserção, o que representou uma das primeiras rupturas com a comunidade judaica não crente.
Após a derrota dos Judeus em 70, e a destruição do Segundo Templo, houve uma reunião de sobreviventes em Jebneh, uma cidade nas Planícies de Sharon, perto de Joppa. Esta conferência produziu resultados que fragilizaram ainda mais o relacionamento das duas comunidades. A seita dos Fariseus ganhou importância, tendo conseguido influenciar a legislação que acabou por ser adotada.
Por volta do ano 100 d.C, o Rabino Gamaliel II introduziu no Shemoneh Esré (Dezoito Bênçãos - parte da liturgia sinagogal diária – explicação abaixo) uma décima nona benção chamada de Birkat haMinim, que fala contra os hereges e pede "que não haja esperança para os apóstatas e que o reino do orgulho seja prontamente erradicado em nossos dias; os Nosrim (Nazarenos, ou seja, crentes em Yeshua) e os Minim (hereges) morram subitamente, e sejam cancelados do livro dos vivos e não sejam contados no número dos justos. Bendito sejas, ó Senhor, que abaixas os orgulhosos!"
“Amidah” (significa oração), também chamada de “Shemoneh Esrei” (as 18 bênçãos), é a oração central da liturgia Judaica. Como oração Judaica por excelência, a “Amidah” é frequentemente designada simplesmente como “tefilah” (oração) na liturgia rabínica. Judeus observantes recitam a “Amidah” cada manhã, tarde e noite a cada serviço de oração do dia. A “Amidah” é também o centro do “Mussaf”(adicional) serviço, que é recitado no Shabbat, (Sábado Judeu), Rosh Chodesh (lua nova), e Festas, depois da leitura matinal da Torah.
A “Amidah” semanal consiste de 19 bênçãos, embora originalmente tenha apenas 18; daí o nome "Shemoneh Esrei". (Fonte: Wikipedia)
Birkat haMinim nome da benção que foi adicionada a “Shemone Esrei”.
Uma das finalidades desta inclusão era a de descobrir os nazarenos que estavam em seu meio, para então expulsá-los da sinagoga, pois era evidente que os nazarenos (crentes em Yeshua), de maneira nenhuma, iriam proferir esta benção (que na verdade era uma maldição) e que era contra eles próprios, e por ficarem em silêncio enquanto todos a recitavam, eram então descobertos e expulsos da sinagoga.
A evolução da liturgia referente a esta oração é explicada por A.Z. Idelson em seu livro "Jewish Liturgy and its Development":
"Birkat Ha-minim ou Ha-tzidukkim ou Ha-zzedim (b. Ber. 28 b; Jer. Ber IV, 3; Tanhuma, final Korah; M.R. Bamidbar 18,17) Esta bênção, ou 'maldição', como é chamada por Kohler (K. Kohler, H.U.C. Annual I, 1923), foi composta, de acordo com fontes talmúdicas, por Samuel um Jovem por volta do ano 100 d. M. a pedido do Rabi Gamaliel e contra os sectários e heréticos entre o povo Judeu. Mesmo assim, Kohler crê ter esta prece sido composta antes da Destruição. 'O reino hostil aqui mencionado em termos tão orgulhosos pode apenas dizer respeito ao quarto reino mundial de Daniel, seja o da Síria ou o de Roma. ' As expressões 'o arrancar das raízes, o esmagar e o jogar por terra o reino da arrogância... Que quebra os inimigos e humilha o arrogante'- tudo isso aponta para a arrogância e rudeza dos romanos. 'Mas então', conclui Kohler, 'quando estes malignos Cristãos(seguidores do cristo pagão) no próprio interior das sinagogas tornaram-se uma ameaça ao povo Judeu, e o Rabino Gamaliel pediu a alguns de seus discípulos que formulassem uma prece contra os Minim, ou heréticos, Samuel Hakatan levantou-se e deu à prece contra o poder de Roma uma nova implicação mudando as palavras iniciais a uma referência direta aos Minim. Como se tratava, ainda assim, de uma mera mudança casual de palavras, ele não conseguiu, no ano seguinte, lembrar-se de quais teriam sido as palavras exatas empregadas no ano anterior... Desde então as várias versões apresentam termos diferentes para as palavras iniciais, enquanto o resto reteve a antiga forma.'...
Os Judeus voltariam a tentar outra revolta, desta vez por intermédio de Bar Kochba, em 135 d.M. (Ver: Revoltas dos Judeus contra a ocupação pelo Império Romano). Nesta grande revolta, os crentes em Yeshua tinham razões acrescidas para mais uma vez não participar. Bar Kochba havia sido apontado como Messias pelo Rabino Aquiva. Os Natziri sabiam que o Messias era Yeshua e não Bar Kokhba , portanto participar desta revolta junto com os Judeus, significaria trair suas crenças e admitir a possibilidade de Bar Kokhba ser o Messias Judeu, embora tivessem o mesmo interesse na recuperação de Jerusalém e da reconstrução do templo, decidiram não participar. Este ato foi igualmente interpretado pelos Judeus como traição e deserção e mais uma ruptura ocorre entre os nazarenos (crentes em Yeshua) e os Judeus.
No ano 135 todos os Judeus foram expulsos de Jerusalém, após a derrota do suposto Messias Bar Kokhba .
Quando a revolta foi esmagada pelo Imperador Adriano em 135 d.M. Adriano expulsou todos os Judeus de Jerusalém, permitindo que retornassem apenas um dia por ano, em Tisha Be'av, para o luto pela destruição do Templo. E daí, portanto, o registro do primeiro nome grego na liderança da Igreja de Jerusalém, como resultado da proibição romana da entrada de Judeus na cidade. Adriano também reconstruiu Jerusalém como uma cidade romana e mudou seu nome para Aelia Capitolina e o nome da Judéia para Síria Palestina. Isto foi feito para apagar qualquer ligação judaica com a cidade de Jerusalém e com a terra de Israel.
“Colonia Aelia Capitolina (ou, simplesmente, Aelia Capitolina) era uma cidade construída pelo Imperador Adriano. e ocupada por uma colônia romana, no sítio das ruínas de Jerusalém.
O nome Aelia vem do nomen gentile de Hadriano; Capitolina, porque a nova cidade foi dedicada a Júpiter Capitolino, a quem um templo foi construído no sítio do Templo Judeu. A fundação de Aelia Capitolina resultou da fracassada revolta judia de Bar Kokhba; os Judeus foram proibidos de entrar na nova cidade e um destacamento da Décima Legião foi designado para guardar a cidade e assegurar a proibição de acesso.
O plano urbano da cidade seguia o modelo típico romano, com grandes avenidas que se cruzavam, inclusive um Cardo maximus (avenida principal).
A palavra latina Aelia é a origem do termo árabe Iliya, usado em certa época pelos muçulmanos para designar Jerusalém.”(fonte: wikipedia)